Relato
sobre o Ato Unificado UFG, realizado durante o 14º. FICA na Cidade
de Goiás
Comandos
de Greve dos Docentes, Estudantes e Servidores TA
No último dia 30 de
junho do corrente, sob o sol escaldante da Cidade de Goiás,
cinéfilos e não cinéfilos, assistiram mais que o seu tradicional
Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.
Naquele mesmo local, onde
milhares transitavam desavisada e desapercebidamente, num primeiro
momento, professores, técnicos-administrativos e estudantes da UFG,
tomaram as ruas da cidade num Ato Unificado de Greve, reivindicando
por melhores condições de trabalho, carreira, salário e, sobretudo
por uma Universidade Pública Gratuita e de Qualidade. Num segundo
momento, somando-se aos primeiros, os movimentos sociais, num Ato
Unificado das Lutas Sociais, trouxeram uma extensa pauta de
reivindicações, com a tônica dada à moralização da política
nacional. Tais manifestações eram um claro sinal de avanço do
movimento grevista na universidade federal e da indignação popular
diante da falácia com que a população brasileira é historicamente
tratada pelos governantes de plantão, sobretudo no que tange à
forma de utilização do erário público.
Faz-se importante
registrar que, antes da marcha, uma reunião entre os comandos de
greve1
da UFG, nas dependências do Campus Cidade de Goiás, deu o tom da
unidade em curso entre docentes, técnicos-administrativos e
estudantes. Naquela ocasião, para além do ato a ser realizado logo
mais, discutiu-se sobre a forma e composição dos comandos de greve,
possíveis pautas em comuns e data para próxima reunião.
Passado esse momento de
reunião, a tarde não poderia ser mais promissora. Às 14h, quando a
primeira marcha partiu do Campus Cidade de Goiás e tomou as ruas,
cerca de 200 manifestantes seguiam em protesto. Para surpresa de
todos, ao avançar do Campus rumo ao Largo do Chafariz e à Praça do
Coreto (coração da cidade e do festival que se realizava) mais
pessoas vinham a se somar à mesma — quando não aderiam à
caminhada, as pessoas observavam atentamente das janelas, sacadas e
calçadas, gesticulando com sinal positivo e palavras de apoio. Num
tom animado e descontraído, os apitos e palavras de ordem podiam ser
ouvidos mesmo sem o carro de som. Com isso a marcha, que passava pela
Praça Coreto, chegou à Cruz do Anhanguera e novamente ao seu ponto
de partida com mais de 400 pessoas.
A segunda marcha também
seguiu com tom animado e propositivo, conduzida pelos representantes
dos movimentos sociais. Os manifestantes realizaram o ato com parada
no Largo do Chafariz e avançaram pelo centro da cidade, rumo à
Praça do Coreto e dispersão na Cruz do Anhanguera. Sendo
acompanhada pela população local, a marcha ganhou adesões,
aplausos e palavras de apoio.
Com a intenção de
chamar a atenção dos desavisados e se fazerem percebidos, o
primeiro ato trazia nas suas falas, faixas, bandeiras, panfletos e
cartazes, sua indignação e protesto com o descaso do governo
federal quanto ao movimento grevista, sobretudo pela ausência de
diálogo por parte do governo. Já o segundo, contemplando as
reivindicações do primeiro, denunciava abertamente a corrupção
que tomou o Brasil e, em particular, o estado de Goiás.
Ao final das caminhadas,
a expressão de canseira deu lugar ao sorriso aberto e à certeza de
que a luta continua e é promissora, porque os trabalhadores querem e
a greve é forte e a luta é agora.
1
Apenas os companheiros
do comando de Jataí não se fizeram presentes. Reuniram-se os
comandos de Goiás, Goiânia e Catalão, e estiveram presentes
também representantes do Comando de Greve da Universidade Federal
do Mato Grosso.
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