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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Relato sobre o Ato Unificado UFG, realizado durante o 14º. FICA na Cidade de Goiás


Relato sobre o Ato Unificado UFG, realizado durante o 14º. FICA na Cidade de Goiás
Comandos de Greve dos Docentes, Estudantes e Servidores TA


No último dia 30 de junho do corrente, sob o sol escaldante da Cidade de Goiás, cinéfilos e não cinéfilos, assistiram mais que o seu tradicional Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.

Naquele mesmo local, onde milhares transitavam desavisada e desapercebidamente, num primeiro momento, professores, técnicos-administrativos e estudantes da UFG, tomaram as ruas da cidade num Ato Unificado de Greve, reivindicando por melhores condições de trabalho, carreira, salário e, sobretudo por uma Universidade Pública Gratuita e de Qualidade. Num segundo momento, somando-se aos primeiros, os movimentos sociais, num Ato Unificado das Lutas Sociais, trouxeram uma extensa pauta de reivindicações, com a tônica dada à moralização da política nacional. Tais manifestações eram um claro sinal de avanço do movimento grevista na universidade federal e da indignação popular diante da falácia com que a população brasileira é historicamente tratada pelos governantes de plantão, sobretudo no que tange à forma de utilização do erário público.

Faz-se importante registrar que, antes da marcha, uma reunião entre os comandos de greve1 da UFG, nas dependências do Campus Cidade de Goiás, deu o tom da unidade em curso entre docentes, técnicos-administrativos e estudantes. Naquela ocasião, para além do ato a ser realizado logo mais, discutiu-se sobre a forma e composição dos comandos de greve, possíveis pautas em comuns e data para próxima reunião.

Passado esse momento de reunião, a tarde não poderia ser mais promissora. Às 14h, quando a primeira marcha partiu do Campus Cidade de Goiás e tomou as ruas, cerca de 200 manifestantes seguiam em protesto. Para surpresa de todos, ao avançar do Campus rumo ao Largo do Chafariz e à Praça do Coreto (coração da cidade e do festival que se realizava) mais pessoas vinham a se somar à mesma — quando não aderiam à caminhada, as pessoas observavam atentamente das janelas, sacadas e calçadas, gesticulando com sinal positivo e palavras de apoio. Num tom animado e descontraído, os apitos e palavras de ordem podiam ser ouvidos mesmo sem o carro de som. Com isso a marcha, que passava pela Praça Coreto, chegou à Cruz do Anhanguera e novamente ao seu ponto de partida com mais de 400 pessoas.

A segunda marcha também seguiu com tom animado e propositivo, conduzida pelos representantes dos movimentos sociais. Os manifestantes realizaram o ato com parada no Largo do Chafariz e avançaram pelo centro da cidade, rumo à Praça do Coreto e dispersão na Cruz do Anhanguera. Sendo acompanhada pela população local, a marcha ganhou adesões, aplausos e palavras de apoio.

Com a intenção de chamar a atenção dos desavisados e se fazerem percebidos, o primeiro ato trazia nas suas falas, faixas, bandeiras, panfletos e cartazes, sua indignação e protesto com o descaso do governo federal quanto ao movimento grevista, sobretudo pela ausência de diálogo por parte do governo. Já o segundo, contemplando as reivindicações do primeiro, denunciava abertamente a corrupção que tomou o Brasil e, em particular, o estado de Goiás.

Ao final das caminhadas, a expressão de canseira deu lugar ao sorriso aberto e à certeza de que a luta continua e é promissora, porque os trabalhadores querem e a greve é forte e a luta é agora.



1 Apenas os companheiros do comando de Jataí não se fizeram presentes. Reuniram-se os comandos de Goiás, Goiânia e Catalão, e estiveram presentes também representantes do Comando de Greve da Universidade Federal do Mato Grosso.

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