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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Moção de apoio - Grupo de Mobilização de Professores de Goiás


 

O grupo Mobilização dos Professores de Goiás vem, por meio desta, manifestar total apoio à greve dos professores das IFES, especialmente no caso da Universidade Federal de Goiás.
Entendemos que a educação é direito de todos e dever do Estado promovendo políticas públicas que permitam maior acesso dos alunos aos diversos níveis educacionais e promovendo a valorização dos profissionais da educação.
A Constituição Federal de 1988, no capítulo III, seção da educação, tem como princípio "a valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas". Embora esteja garantida na constituição a valorização dos profissionais da educação por meio de planos de carreira, o que está ocorrendo na atualidade é a destruição dos planos de carreira dos profissionais da educação.
Na esfera estadual, nós, professores, sofremos tais mudanças recentemente, com a inviabilização do plano de carreira e a constituição de um pseudoplano atrelado ao desempenho dos alunos. Agora presenciamos a mesma situação em nível superior, em que o governo federal propõe a reestruturação do plano de carreira dos professores, de forma que um docente levaria mais de vinte anos para chegar ao topo de sua carreira.Tal situação é sinônimo de precarização da carreira docente e de desestímulo a formação de novos profissionais. Além disso, as mudanças relacionadas à progressão na carreira estarão condicionadas à avaliação de desempenho realizada não mais pela instituição. Assim, mais uma vez, percebe-se a tentativa de se retirar a autonomia das instituições educacionais com a finalidade de precarizar a carreira dos docentes.
Muitos de nós nos formamos por estas Instituições de Ensino Superior, conhecemos a dedicação dos professores, o alto nível de um trabalho que não se limita a preparar e ministrar aulas, mas também a orientar, a coordenar e desenvolver projetos de pesquisa e extensão, a publicar, dentre outras funções. Não podemos permitir que, diante dessa alta carga de trabalho, os professores não tenham acesso a um plano de carreira condizente.
É importante ressaltar que os problemas relacionados às Instituições de Ensino Superior públicas também se relacionam a falta de infraestrutura nos prédios das universidades e à falta de contratação de funcionários, desde técnicos administrativos a professores. E não podemos esquecer da precarização do trabalho de outros servidores que atuam na área da educação e que são quase invisíveis no que tange às demandas das universidades, qual seja, os serventes de limpeza e os trabalhadores dos restaurantes universitários, que já há muito tempo sentiram o peso dos projetos neoliberais, e por esse motivo, tais esferas são agora terceirizadas, pelo menos na Universidade Federal de Goiás.
Sabemos que o ensino de qualidade passa por melhores condições de trabalho dos profissionais que se dedicam à educação. Por esse motivo, manifestamos nosso apoio aos profissionais das IFES e nosso repúdio ao projeto do Governo.
Repudiamos também a posição do sindicato ADUFG, que no dia 11/06/2012 se mostrou contrário aos interesses dos professores, quando encerrou a assembleia convocada pelo próprio sindicato e diferenciou professores sindicalizados e não sindicalizados, não promovendo, portanto, a função do sindicato, qual seja, a representação de uma categoria, independente da filiação ou não ao mesmo.

Mobilização dos Professores de Goiás
Goiânia, 14 de junho de 2012

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