O
grupo Mobilização dos Professores de Goiás vem, por meio desta, manifestar
total apoio à greve dos professores das IFES, especialmente no caso da
Universidade Federal de Goiás.
Entendemos
que a educação é direito de todos e dever do Estado promovendo políticas
públicas que permitam maior acesso dos alunos aos diversos níveis educacionais
e promovendo a valorização dos profissionais da educação.
A
Constituição Federal de 1988, no capítulo III, seção da educação, tem como
princípio "a valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente
por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas". Embora
esteja garantida na constituição a valorização dos profissionais da educação
por meio de planos de carreira, o que está ocorrendo na atualidade é a
destruição dos planos de carreira dos profissionais da educação.
Na
esfera estadual, nós, professores, sofremos tais mudanças recentemente, com a
inviabilização do plano de carreira e a constituição de um pseudoplano atrelado
ao desempenho dos alunos. Agora presenciamos a mesma situação em nível
superior, em que o governo federal propõe a reestruturação do plano de carreira
dos professores, de forma que um docente levaria mais de vinte anos para chegar
ao topo de sua carreira.Tal situação é sinônimo de precarização da carreira
docente e de desestímulo a formação de novos profissionais. Além disso, as
mudanças relacionadas à progressão na carreira estarão condicionadas à
avaliação de desempenho realizada não mais pela instituição. Assim, mais uma
vez, percebe-se a tentativa de se retirar a autonomia das instituições
educacionais com a finalidade de precarizar a carreira dos docentes.
Muitos
de nós nos formamos por estas Instituições de Ensino Superior, conhecemos a
dedicação dos professores, o alto nível de um trabalho que não se limita a
preparar e ministrar aulas, mas também a orientar, a coordenar e desenvolver
projetos de pesquisa e extensão, a publicar, dentre outras funções. Não podemos
permitir que, diante dessa alta carga de trabalho, os professores não tenham
acesso a um plano de carreira condizente.
É
importante ressaltar que os problemas relacionados às Instituições de Ensino
Superior públicas também se relacionam a falta de infraestrutura nos prédios
das universidades e à falta de contratação de funcionários, desde técnicos
administrativos a professores. E não podemos esquecer da precarização do
trabalho de outros servidores que atuam na área da educação e que são quase
invisíveis no que tange às demandas das universidades, qual seja, os serventes
de limpeza e os trabalhadores dos restaurantes universitários, que já há muito
tempo sentiram o peso dos projetos neoliberais, e por esse motivo, tais esferas
são agora terceirizadas, pelo menos na Universidade Federal de Goiás.
Sabemos que o ensino de qualidade passa por melhores
condições de trabalho dos profissionais que se dedicam à educação. Por esse
motivo, manifestamos nosso apoio aos profissionais das IFES e nosso repúdio ao
projeto do Governo.
Repudiamos
também a posição do sindicato ADUFG, que no dia 11/06/2012 se mostrou contrário
aos interesses dos professores, quando encerrou a assembleia convocada pelo próprio
sindicato e diferenciou professores sindicalizados e não sindicalizados, não
promovendo, portanto, a função do sindicato, qual seja, a representação de uma
categoria, independente da filiação ou não ao mesmo.
Mobilização
dos Professores de Goiás
Goiânia, 14 de junho
de 2012
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